Tensão no Mar Vermelho: Irã desloca o contratorpedeiro Alborz para a região
O contratorpedeiro iraniano Alborz entrou no Mar Vermelho na segunda-feira (1º), depois de atravessar o estreito de Bab-el-Mandeb. As informações foram divulgadas pelas agências de notícias IRNA e Tasnim, ambas controladas por Teerã.
O deslocamento ocorreu após um ataque de navios de guerra dos EUA contra militantes houthis do Iêmen na hidrovia no domingo (31).
O grupo xiita ligado ao Irã controla grandes áreas do Iêmen, incluindo a capital Sanaa e o porto de Al-Hudaydah, desde que um conflito interno eclodiu em 2014.
Em novembro, os houthis começaram a atacar navios comerciais que passavam pelo Mar Vermelho, que eles acreditam ser de propriedade israelense ou com destino a Israel. Os militantes afirmam estar agindo em solidariedade ao Hamas em Gaza.
De acordo com a reportagem da IRNA, o contratorpedeiro Alborz foi enviado para a principal hidrovia, que responde por cerca de 12% de todo o comércio global, devido ao “aumento das tensões”.
Na noite de sábado (30) e na manhã de domingo (31), os contratorpedeiros norte-americanos, o USS Eisenhower e o USS Gravely, responderam a dois pedidos de socorro consecutivos do navio porta-contentores Maersk Hangzhou, com bandeira de Singapura, que pertence e é operado pela Dinamarca.
No segundo encontro, vários helicópteros americanos abriram fogo contra quatro pequenos barcos tripulados pelos houthis. Três foram destruídos, disse o Comando Central dos EUA (CENTCOM) em uma publicação no X (antigo Twitter).
Um porta-voz houthi, Yahya Saree, confirmou o incidente, revelando que dez militantes do grupo foram mortos ou desapareceram.
O Pentágono estimou que 23 navios comerciais foram atacados ou apreendidos pelos houthis no Mar Vermelho desde 19 de novembro.
A Marinha dos EUA, juntamente com navios de guerra de outras nove nações, patrulham a principal hidrovia desde 19 de dezembro como parte da Operação Prosperity Guardian. Os houthis denunciaram o destacamento como “parte integrante da agressão contra o povo palestino, Gaza e a nação árabe e islâmica”.
Embora Teerã tenha negado as alegações de Washington de seu envolvimento em ataques, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, apontou supostos dois pesos e duas medidas ao conversar com seu homólogo britânico, David Cameron, no domingo.
“Israel não pode ser autorizado a massacrar mulheres e crianças e realizar um genocídio em Gaza e incendiar a região, mas considere parar um navio israelense no Mar Vermelho como colocando em risco a segurança desta hidrovia econômica”, insistiu o diplomata iraniano.
*Da Agência Fonte Exclusiva com informações da RT. Compartilhe esta reportagem do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.