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Militante de esquerda que incendiou estátua de Borba Gato diz que roubava refeições acima de R$ 500, na época em que era entregador no iFood

O militante de esquerda Paulo Roberto da Silva Lima, mais conhecido como Paulo Galo, admitiu que roubava as refeições encomendadas por clientes no iFood, aplicativo para o qual trabalhava como entregador em 2021. Naquele mesmo ano, o militante ganhou fama por incendiar a estátua de Borba Gato, em São Paulo.

De acordo com Galo, era um “desaforo” ter de entregar refeições cujo preço ultrapassava R$ 500. Isso porque essas cifras seriam equivalentes ao montante gasto pela família do ex-entregador em compras mensais.

“Quanto [sic] o valor ultrapassava 500 reais eu nao [sic] entregava eu levava pra [sic] casa”, escreveu o ex-funcionário do iFood, no sábado 30, em publicação no Twitter/X. “Achava um desaforo ter de entregar um [sic] refeicao [sic] no valor da compra do mes [sic] da minha familia [sic]! Dito isso zero problema de fulano X ou Y gastar o que quiser no app que quiser [sic] cada um lida da sua forma!”

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Na mesma publicação, Galo sugeriu ter forjado um acidente para extraviar outra encomenda. O valor da refeição, nesse último caso, seria ainda maior: R$ 700.

“Teve uma vez que nem o que comer em casa tinha e saiu um pedido de 750 reais pra [sic] retirar numa cantina italiana e entregar em moema [sic]”, relatou o ex-entregador. “Na quele [sic] dia eu cai [sic] de moto e fui me curar com a minha família [sic]! Lembro de morder o file mignho [sic]: nem foeca [sic] pra martiga [sic] eles faz [sic]! Paz.”

Depois da repercussão do caso, Galo dobrou a aposta. “Aquele file mignho [sic] a parmegiana [sic] tava uma delicia!”, disse, referindo-se a uma das mercadorias. “Sem arrependimentos! #galovereador.”


A hashtag no fim da publicação reforça a ideia do militante de esquerda de disputar as eleições em 2024. O plano é tentar uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo, cujo orçamento será de R$ 111,8 bilhões no próximo ano — cerca de 16% superior ao aprovado em 2023.

Felipe Neto reclama do iFood

A declaração de Galo ocorre na esteira da confusão entre o youtuber petista Felipe Neto e o iFood. Na segunda-feira 25, o influenciador digital reuniu os amigos em casa para celebrar o Natal. Ele decidiu encomendar a ceia pelo aplicativo, em vez de prepará-la. Para tanto, gastou R$ 1,2 mil. Mas a refeição não chegou.

“Ficamos sem jantar no Natal”, tuitou Felipe Neto. “É assim que o aplicativo opera? Pegaram meu dinheiro e nem abertos estavam!”

Em resposta, o estabelecimento-alvo do youtuber explicou que a culpa pela falha seria do iFood, que ofereceu seus serviços sem consultá-los. Naquela data, o restaurante estaria fechado.

Quem é Paulo Galo

Em 24 de julho de 2021, vândalos atearam fogo na estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Segundo a Polícia Militar (PM), cerca de 15 pessoas desceram de um caminhão, atiraram pneus próximo ao monumento, acenderam as chamas e fugiram.


O ato bloqueou a Avenida Adolfo Pinheiro, de maneira a impedir a circulação de carros e pedestres. Em virtude da interveção do Corpo de Bombeiros, a estrutura do monumento permaneceu intacta.

A estátua, inaugurada em 1957, tornou-se alvo constante de atos de vandalismo. Em setembro de 2016, por exemplo, vândalos jogaram tintas coloridas no monumento.

Em dezembro de 2021, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou Galo pelo incêndio à estátua de Borba Gato. A sentença, do juiz Eduardo Pereira Santos Junior, da 5ª Vara Criminal Central, fixou pena de três anos, um mês e 15 dias em regime aberto. A pena foi convertida para prestação de serviços à comunidade.

De acordo com o processo, o réu usou pneus e galões de gasolina para incendiar o monumento. Contudo, não houve danos à estátua nem feridos no ato criminoso.

O juiz considerou que o réu extrapolou o direito de expressão e de livre associação. Segundo o magistrado, a “conduta efetivamente colocou em risco não só o patrimônio alheio, mas a vida das pessoas que se encontravam na região”.