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Fundos de inflação valem a pena em tempos de crise?

Com a alta da inflação, a pergunta se fundos de inflação valem a pena em tempos de crise é cada vez mais realizada, tanto por investidores pessoa física quanto por investidores institucionais.

Afinal, passamos um período onde a inflação estava no menor patamar já visto no Brasil, mas devido a diversos fatores econômicos e a pandemia, ela teve que aumentar rapidamente. Se você quer saber mais sobre os fundos e investimento atrelados à inflação e se eles valem a pena para a sua carteira, leia até o final!

O que são os fundos de inflação?

Os fundos de inflação são conhecidos como “Fundos de Renda Fixa de Índice” ou “Fundos IMA-B” de acordo com a ANBIMA. Eles são fundos que se expõem às taxas de juros e aos índices de inflação, como o IPCA +.

Como a inflação depende da política monetária brasileira e também está bastante atrelada à política monetária internacional, existem os chamados ciclos de mercado, ou seja, em determinados a taxa de juros vai estar baixa, a inflação provavelmente também e em outros o contrário vai acontecer.

Dessa forma, é muito importante que você entenda sobre os ciclos de mercado e o ciclos monetários, já que o desempenho desses fundos depende totalmente da política monetária e da taxa de juros brasileira, mas também do mercado internacional.

Ou seja, à medida que a taxa de juros cai, o preço dos títulos e fundos atrelados ao IPCA+ sobem, quando elas sobem, esse preço diminui.  

Como o IPCA + funciona?

O IPCA + é um investimento onde parte da sua rentabilidade é pós-fixada, ou seja, depende da variação do IPCA e outra parte é pré-fixada, definida no momento da aplicação. 

Um dos momentos em que os investimentos atrelados ao IPCA + é quando a inflação está subindo ou está em patamares bastante elevados, pois estes títulos vão dar um retorno maior que ela, podendo ser utilizado pelos investidores para proteger seu poder de compra e ter um retorno adicional.

Os investimentos mais conhecidos atrelados ao IPCA +, são os do Tesouro Direto, onde o credor é o Governo. Eles já foram chamados de NTN-B e suas taxas são atreladas ao IPCA + e a uma taxa prefixada.

Entenda a volatilidade

A volatilidade destes títulos está atrelada ao desempenho da inflação naquele determinado período de tempo, que está completamente relacionada a taxa de juros, mas que também depende da expectativa futura dos investidores e do mercado sobre o desempenho desses dois indicadores.

Dessa forma, em determinados momentos de mercado, a volatilidade pode ser extrema. A taxa de juros em março de 2018 era de 6,5%, em 2021 era de 2% e depois de um ano já chegava a 11,75%. Isso impactou diretamente os títulos e os preços dele, fazendo com que muitas pessoas que estavam investidas em ativos atrelados a inflação observassem os preços subirem bastante no momento de queda de juros e que eles atingissem um patamar bastante elevado nesse segundo momento de alta de juros, tudo isso em apenas quatro anos.

Quais são os investimentos atrelados à inflação?

Abaixo você pode conferir os principais investimentos atrelados à inflação e entender mais características sobre cada um deles.

Títulos públicos

Os títulos públicos, como comentado anteriormente, são títulos relacionados ao Tesouro Direto, onde o governo é o credor. Eles possuem sua maior parte pós fixada, atrelada ao indicador de IPCA +, mas também possuem uma rentabilidade pré fixada que somada à primeira, vai resultar no rendimento total do título naquele determinado período de tempo.

Uma importante variável para se levar em consideração está no período de tempo do título em que você vai investir. Pois, existem títulos atrelados ao IPCA onde você pode passar muitos anos investido até ele se vencer e outros que são mais curtos.

Um cuidado para aqueles que compram títulos mais longos está em vender ele somente quando ele atingir o prazo e conseguir aguentar a volatilidade em momentos de alta de juros, pois é provável que esse ciclo de alta e queda de juros aconteça algumas vezes em um período de tempo mais longo.

Fundos de inflação

Os fundos de inflação são fundos que se expõem às taxas de juros e aos índices de inflação, como o IPCA +, onde você pode comprar cotas para fazer parte desse tipo de fundo, cada um tem sua estratégia específica e é interessante você entender as características específicas antes de investir.

ETFs de renda fixa

Os ETFs ou Exchange-traded-fund é um índice que é negociado como se fosse uma ação. A maioria deles acompanha um índice de ação ou índice de títulos. Por exemplo, o IVVB11 acompanha o SP500, que é o índice que possui participação nas 500 maiores empresas do mercado americano.

No caso de ETFs de renda fixa, eles procuram replicar ou ter um desempenho melhor que um determinado indicador, como o IPCA +. Um dos ETFs de renda fixa mais conhecidos por conta da sua liquidez é o IMAB11, que possui o objetivo de acompanhar o índice IMA-B da ANBIMA, objetivando ter um desempenho melhor que a inflação.

Dentro desse ETF, ele vai ser composto tanto por títulos que vencem no curto prazo, geralmente de 1 a 2 anos, quanto por títulos mais longos, que podem vencer apenas após algumas décadas.

Debêntures

Debêntures são investimentos de dívida privada, ou seja, quando uma companhia quer levantar dívida para alavancar suas operações, para realizar um investimento específico ou por qualquer outro motivo, ela pode emitir debêntures.

Os debenturistas, que são as pessoas que compram essa dívida, esperam receber seu dinheiro mais uma taxa de juros. Essa pode estar relacionada à inflação, geralmente sendo maior que ela.

Um ponto importante nesse tipo de investimento é que o investidor deve se atentar para entender a estratégia por trás da debênture e também o balanço da empresa que está emitindo ela, para que ele possa entender se a companhia vai ter ou já possui condição de arcar com ela.

Existem diversos tipos de debêntures e, geralmente, as que possuem o maior retorno são aquelas que são debêntures emitidas por empresas que não possuem um balanço financeiro saudável e que possuem um maior risco, por isso, é muito importante avaliar diversos aspectos antes de investir numa debênture.

Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários são investimentos de renda variável, mas eles estão atrelados aos índices inflacionários. Portanto, muitos fundos de papel possuem títulos atrelados ao IPCA + e os fundos de tijolo (galpões, shoppings, entre outros), geralmente estão atrelados ao indicador de IGPM, que é o índice utilizado para reajustar o contrato do aluguel anualmente.

Portanto, como os fundos imobiliários são reajustados por indicadores inflacionários, ao longo do tempo é provável que você possua um retorno maior que a inflação investindo nessa classe de ativo, porém como é um ativo de renda variável, nada é garantido e, por exemplo, os imóveis podem ficar sem inquilinos por muito tempo e não há garantia para o investidor que ele vai ter um retorno acima da inflação em um determinado período de tempo.

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