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Em carta a deputados, fundação da TV Cultura aponta corte de verba por gestão Tarcísio

Pressionada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ameaçada por uma CPI na Assembleia Legislativa, a Fundação Padre Anchieta, que gere a TV Cultura, enviou uma carta aos 94 deputados da Casa em que critica os cortes orçamentários que diz ter sofrido por parte do governo estadual.

A carta contesta as acusações de excesso de gastos e ineficiência e diz que o aporte financeiro do Governo de São Paulo custeia somente os salários dos 743 funcionários e 13 aprendizes contratados em regime CLT.

“Importante destacar que o valor aportado pelo governo anualmente na Fundação Padre Anchieta é inferior ao custo de três episódios da série ‘Ayrton Senna’, que estreia em breve, e muito inferior ao aportado pelo governo em diversas OS [organizações sociais]”, diz a carta, assinada por Fábio Magalhães, presidente do Conselho Curador da Fundação, e José Roberto Maluf, diretor-presidente.

O texto afirma que o repasse do governo corresponde a 40% das necessidades financeiras da fundação e destaca que a Secretaria de Cultura não pagou até hoje valores referentes ao uso do espaço do Solar Fábio Prado, que abriga o Museu da Casa Brasileira e pertence à Padre Anchieta.

Além disso, diz que a gestão Tarcísio cortou 100% do orçamento anual de custeio (água, luz, telefone) que era enviado à instituição, no valor de R$ 12,9 milhões.

Nesse cenário, afirma o documento, os recursos da Fundação para investimentos foram totalmente contingenciados.

A carta também aponta que a TV Cultura não é deficitária e registrou superavits em 2020 (R$ 7,6 milhões), 2021 (R$ 5,5 milhões) e 2023 (R$ 960 mil). Em 2022, houve déficit de R$ 898 mil.

A carta também refuta as acusações de que a eleição de novos conselheiros, realizada em março, teria acontecido fora de prazo e com limitação ao número de candidatos. O conselho diz que nada disso aconteceu e que a secretária de Cultura de Tarcísio, Marilia Marton, não sugeriu indicações para o órgão.

Sobre acusação de nepotismo, vinculada ao fato de que Pedro Martins, enteado de Maluf, foi contratado para trabalhar na área de mídias digitais, a fundação afirma que o cargo é vinculado à vice-presidência e que não há relação de parentesco ou de subordinação profissional entre os dois.

Reportagem da Folha mostrou que a TV Cultura, às vésperas de completar 55 anos, vive uma série de crises com o governo Tarcísio e seus aliados.

Publicamente, o discurso é de corte de gastos e aumento de eficiência. Nos bastidores, membros da gestão estadual e parlamentares bolsonaristas se incomodam com a independência da programação da emissora


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