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Dengue – Portal Drauzio Varella

por Maria Helena Varella Bruna
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Publicado em: 31 de março de 2011
Revisado em: 27 de maio de 2023
A dengue pode se assemelhar a uma gripe forte, mas há quadros que podem levar a óbito.
 
O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas. Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as diferentes formas da doença.
A partir de 2014, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil passou a utilizar a nova classificação da dengue. Na obra “Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança”, a Secretaria de Vigilância em Saúde/MS, revisou e atualizou o protocolo da doença. Nele, foi dada ênfase ao conceito de que “a dengue é doença única, dinâmica e sistêmica, de amplo espectro clínico”, que pode apresentar ou não sintomas.
Em alguns casos, a ausência de sintomas faz com que a doença passe despercebida; em outros, ocorrem complicações graves que podem levar a óbito. Essas diferenças marcam as diferentes apresentações da doença: clássica, hemorrágica e com complicações.
Observação importante: Depois de muitos anos sem registro de nenhum caso de contaminação, o sorotipo 4 voltou a circular em alguns estados do Brasil. Especialmente as crianças e os jovens não desenvolveram imunidade contra ele. Por isso e para evitar a dispersão desse vírus, o Ministério da Saúde determinou que todos os casos suspeitos de dengue 4 sejam considerados de comunicação compulsória às autoridades sanitárias no prazo de 24 horas.
 
 
A grande maioria das infecções é assintomática. Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas clínicas:

 
 
Nos adultos, a primeira manifestação é a febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino, associada a:
Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia não volumosa podem estar presentes, mas são menos frequentes.
 
Vídeo: Dr. Drauzio fala sobre as fases da dengue que podem acometer alguns pacientes

 

Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de prostração e fraqueza durante algumas semanas.
Nas crianças, o sintoma inicial também é a febre alta acompanhada apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarreia. O exantema pode estar presente ou não.
 
 
As manifestações iniciais da dengue com sinais de alarme – as mesmas da fase febril da doença — devem ser rotineiramente pesquisadas e valorizadas. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem:
A maioria dos sinais de alarme é resultante do aumento da permeabilidade vascular, a qual marca o início do deterioramento clínico do paciente e sua possível evolução para o choque por extravasamento de plasma. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.
 
 

O potencial de risco é evidenciado por uma das seguintes complicações:
As manifestações neurológicas, geralmente, surgem no final do período febril ou na convalescença.
As formas graves da doença podem manifestar-se com extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC).
O choque é de rápida instalação e tem curta duração. Podendo levar o paciente a óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou à sua recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada.
 
Vídeo: Dr. Drauzio fala sobre os sintomas da dengue e como diferenciá-la de outras doenças

 

 
O diagnóstico de certeza da dengue é laboratorial. Pode ser obtido por isolamento direto do vírus no sangue nos três a cinco dias iniciais da doença ou por exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus (testes sorológicos).
A prova do laço está indicada nos casos com suspeita de dengue, porque avalia a fragilidade capilar e pode refletir a queda do número de plaquetas.
 
Atualmente há uma única vacina disponível no mundo chamada Dengvaxia, produzida por uma multinacional de origem francesa. Indicada para prevenir a dengue causada pelos quatro vírus da dengue (1, 2, 3 e 4), a vacina foi liberado para uso no Brasil pela Anvisa em 2015, para pessoas de nove a 45 anos, residentes em áreas endêmicas. Ela é vendida em clínicas particulares e cada pessoa deve receber três doses, com intervalo de seis meses entre elas. Não está disponível no SUS e a dose custa cerca de R$140,00.
 
 
Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue. Tomar muito líquido para evitar desidratação e utilizar medicamentos para baixar a febre e analgésicos são as medidas de rotina para aliviar os sintomas.

Pacientes com dengue, ou com suspeita da doença, precisam de assistência médica. Sob nenhum pretexto, devem recorrer à automedicação, pois jamais podem usar antitérmicos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, Melhoral etc.), nem anti-inflamatórios (Voltaren, diclofenaco de sódio, Scaflan), que interferem no processo de coagulação do sangue.
 
 
 
 
Acho que estou com dengue, devo ir ao hospital?
Sim, principalmente se você estiver com sintomas agudos da doença, como febre, vômito, dor atrás dos olhos, cansaço e diarreia. O tratamento da forma clássica não requer tratamentos complexos, mas só o médico pode atestar a gravidade e distinguir se for o caso de uma dengue hemorrágica.
 

Dengue é contagiosoa?
Dengue não é contagiosa. Mas se o mosquito picar alguém doente, o vírus irá se multiplicar em seu organismo e, quando ele picar uma pessoa sadia, a doença será transmitida.
 
Quanto tempo a pessoa fica com o vírus da dengue?
Os sintomas duram em média sete dias, dependendo do estado de saúde do paciente antes de adoecer. Em geral, adultos saudáveis costumam se recuperar da doença em apenas três dias.
 
Dengue é perigosa na gravidez?
Se a mulher estiver infectada com o vírus perto do período do nascimento do bebê, a criança poderá nascer infectada ou adquirir a doença no momento do parto, mas essa ocorrência é pouco frequente. Também pode ocorrer ameaça de aborto nos três primeiros meses de gestação.

Nas formas mais graves da doença, a partir do sétimo mês ela pode provocar algumas condições que podem levar ao nascimento de bebês prematuros, como hipertensão gestacional, pressão baixa e descolamento prematuro de placenta.
 
Vídeo: Dr. Drauzio alerta para a necessidade de cada um combater os criadouros de mosquitos

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